“Adeus definitivo”
Erguestes a lamina afiada de um adeus
Num aceno triste, cruel e mudo
E fez sangrar-me o coração desavisado
E encharcou de vazio meu mundo
Partistes como quem não voltaria
Levastes consigo todos os sonhos meus
Sem perceber que me deixaria
A sentir a dor eterna desse adeus
E fostes sem sequer olhar para trás
Seguistes uma estrada que não tem volta
E o tempo fez-se estático como jamais
Desde que saístes por aquela porta
Hoje tu retornas calmamente
Pensando em encontrar aquele que deixou
Engana-se, amiga inocente
Aqui não mora mais aquele que te amou
Ele morreu numa overdose de tristeza
Quando gritavas teu nome em vão
E em cada lágrima uma única certeza
De que o amor caía sobre o chão
Morreu sim aquele que tanto a desejou
Aquele que tanto a quis eternamente
E no lugar deste nasceu um novo ser
Completamente frio e indiferente
Não tenho mais vontades para o amor
E nem um tanto sequer de dor
Sentirei por não amar
Não conjugarei mais esse verbo intransitivo
Pois aquele teu adeus foi definitivo
Complemento que só fez me maltratar
Varley Farias Rodrigues