Deixa-me partir
Tuas palavras ainda ecoam em meus ouvidos e ferem um coração cansado de sofrer...
Venho pela vida arrastando correntes nos pés e achei que as tivesse libertado.
Chegaste de mansinho e mostraste-me um céu de um azul lindo, que eu jamais vira igual!
Por alguns momentos, encantei-me e entoei o cântico dos bem aventurados.
Logo em seguida, fez-me passarinho e qual grão pequenino, não me ensina mais a voar...
Palavras que cortam feito navalha ferem como espada e doem agudamente este peito que, em prece, roga para não ter mais vida...
Fazei-me o obséquio de enterrar de uma vez esse punhal em meu peito para que eu possa, então, livrar-me deste corpo maculado e ir-me embora... partir e deixar de ser entrave em sua vida!
Tenha compaixão de minha pobre alma errante e deixa-me ir...
Dói em demasia ver-te com este olhar frio, onde outrora havia somente o fogo da paixão.
Deixa-me ir... enquanto ainda é tempo...enquanto ainda há fôlego neste coração dilacerado...