VEREDA DE ROSAS...
VEREDA DE ROSAS...
Só uma rosa púrpura me vem na aurora
dos tempos revividos na vereda em flor...
Na alameda de rosas dos jardins de agora
a rosa púrpura é invenção da luz do amor...
Que oportunos seriam todos os instantes
nos livres roseirais de púrpura dos anos
se ainda verdejasse a alma dos amantes
nos canteiros insípidos dos desenganos...
Que diria meu tempo às horas indecisas
do amor-perfeito já maduro do primeiro
o atento jardineiro às flores imprecisas
as sempre-vivas ao fascínio do canteiro...
Essas rosas vermelhas da paixão no cio
mergulhos de corais no seio da mulher...
E tudo o que me quer das rosas é tardio
meu lado triste de baldio bem-me-quer...
Acácia branca de jardins imperecíveis
Flor de lótus na luz das rosas orientais...
No azul etéreo desses seres intangíveis
leva-me a brisa no cantar dos roseirais...
Oh, doce rosa púrpura no ser profundo!
Dom da alma se sabe a ser e não se vê...
Toda rosa pode nascer rosa no mundo
mas só uma no mundo pode ser você!
A. Estebanez