VEREDA DE ROSAS...

VEREDA DE ROSAS...

Só uma rosa púrpura me vem na aurora

dos tempos revividos na vereda em flor...

Na alameda de rosas dos jardins de agora

a rosa púrpura é invenção da luz do amor...

Que oportunos seriam todos os instantes

nos livres roseirais de púrpura dos anos

se ainda verdejasse a alma dos amantes

nos canteiros insípidos dos desenganos...

Que diria meu tempo às horas indecisas

do amor-perfeito já maduro do primeiro

o atento jardineiro às flores imprecisas

as sempre-vivas ao fascínio do canteiro...

Essas rosas vermelhas da paixão no cio

mergulhos de corais no seio da mulher...

E tudo o que me quer das rosas é tardio

meu lado triste de baldio bem-me-quer...

Acácia branca de jardins imperecíveis

Flor de lótus na luz das rosas orientais...

No azul etéreo desses seres intangíveis

leva-me a brisa no cantar dos roseirais...

Oh, doce rosa púrpura no ser profundo!

Dom da alma se sabe a ser e não se vê...

Toda rosa pode nascer rosa no mundo

mas só uma no mundo pode ser você!

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 12/02/2009
Código do texto: T1434560
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