Poema 0271 - Desiguais e iguais

Creio em alguns amores, só alguns,

preciso aprender a dormir antes de sonhar,

não sei amar devagar, é como o beijo sem a boca.

Depois de me perder nenhum grito mais foi ouvido,

procuro atalhos sempre por onde anda minha paixão,

quero ficar com quem tem o calor igual.

Poderia - quem sabe - me encantar com um corpo,

não consigo acordar ao lado de uma alma vazia,

os tempos são momentos que ficam e marcam.

Quero ainda me perder como um amante sem juízo,

vou adorar a carne, mesmo que todo mal aconteça,

com certeza não vou amar um corpo sem sentimentos.

Se preciso partir, vou quantas vezes for preciso,

levarei todas as almas que um dia amei,

se nada acontecer, voltarei, talvez encantado.

Se ninguém notar minha ausência, volto anjo,

um homem imperfeito ou um menino que nada sabe,

quero ser igual, não como antes, igual amante.

Quando acordar de minhas ilusões volto a sonhar,

talvez não mais exista amor, talvez nem eu exista,

para sermos normais, somos desiguais, amantes ou não.

11/05/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 02/05/2005
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