PAR DE TÊNIS

É um par de tênis velho,

Surrado,

Desbotado,

Que tenho guardado.

Aguça-me a memória,

E eu volto ao passado.

Seu solado gasto,

E a forma encarquilhada,

Relembram-me as batalhas.

Era o coadjuvante,

O suporte da minha teia,

Na disciplina da vida,

No ir-e-vir lépido e faceiro...

Era o enfeite preferido

Dos meus pés andejos,

Que bailavam em

Passos apressados, lentos,

Jocosos, manhosos...

Quantas divisas,

Quantas conquistas!

Hoje,

Meu par de tênis,

Quieto no armário,

Ainda me espreita de soslaio,

Contando a minha história,

Reclusa no relicário,

Deste peito que ainda chora.

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 11/02/2009
Reeditado em 01/07/2009
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