Nós dois
As crianças fazem
protestos(,) pela manhã.
Os apitos
soam firme
em ouvidos
que transitam.
O coração se dói
e cala, pára
seco e sem voz.
Pigarros, bingas
e tumores
em minh’alma
já lavada.
Banhada em lágrimas
e no terror de
perder a quem se ama;
verdades míticas
das revoluções
que travamos em cada
batalha do cotidiano.
Carros atropelam sonhos
e motos ensurdecem
as esperanças.
Há ônibus que carregam cabeças
tão cheias de problemas
quanto as de todos.
Todos tolos, insensatos,
que não sabem amar
e não querem ser amados.
O trem me leva
em viagem curta.
Seu som me arrebata
com medos falsos.
De quê me afasto
e por quê? - Não sei dizer.
Sei que não
mais sei o que sou;
confuso e perdido
em teus relatos.
Te espero apenas,
venha de novo!
As crianças
e seus ruídos.
As crianças
e seus problemas;
apenas crianças,
tentando se achar
nas peçonhas mundanas.