Na calada da noite fria...

Na calada

Da noite fria

Apresso o passo

Mais e mais e mais

E despenco

Em desabalada

Carreira

Ladeira abaixo

De lado deixo

O preconceito

Babaca de não correr

Quando é preciso correr

Então corro

Pra permanecer vivo

No fim da rua paro

E olho pra cima

Cansado e assustado

Nada aconteceu

Nenhuma luz

Acendeu

Ando mais um pouco

Em direção ao ponto

Em direção ao bar

Entro sento e peço

Uma besteirinha

Sem gelo no copo

Mas, com a coca gelada

O garçom traz

Eu bebo

Pago levanto e saio

Pego o buzão

Peço pro cobrador

Quando chegar na Lapa

Me acorde, por favor?

Ele falou:- Deixa comigo

Eu deixei

Mas não dormi

Só dei um tempo

ABittar

poetadosgrilos