GRAAL DE PARCIFAL

Pássaros e suas cantigas que voam

palavras tão cheias, tão vivas

a chama ainda acesa não queima

sim, arde e não apaga o fogo no mato

a fuga do ato, algum grito.

As estrelas cintilando continuam

lá de cima iluminando

as noites e alguns dias.

É a vitória da dor e a cor não é rosa

é da rosa, é da flor, é vermelha.

O calor queima as máscaras

que derretem como a cera da vela

a mentira é fumaça

e a verdade é o ouro

tão raro, tão caro!!!

Mas as borboletas azuis continuam seu vôo

assim como as águas escorrem das pedras.

Onde estão os limites desse corpo?

Arrebato a morte, conto com a sorte.

Criar-se quando nada se busca

pois, tudo se tem, e o tudo

é a beleza que junto parimos

é a criança que brinca de viver

esquecendo alguns passos

que se perderam em alguma trilha.

É sentir o arrepio, delirar, extasiar

Graal dourado de Parcifal

é esquecer o olhar gelado

e o estúpido medo da entrega

rejeitar lembranças, inventar semblantes

abusar da esperança

e daqueles desejos insatisfeitos

agradecer a taça que partiu-se

em infinitos cacos

brindar momentos que não aconteceram

desejar que o Sol nunca mude de galáxia

que a Terra nunca pare de girar

que haja sempre dias e noites

que nesta nave em que viajamos

possamos nos encontrar

mesmo que na imaginação

em algum pensamento,

ou quem sabe, n'algum sonho

então, perfeitos e incompletos

nos encontrarmos face a face com Deus.

Lulith
Enviado por Lulith em 10/02/2009
Reeditado em 30/05/2010
Código do texto: T1432299
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