FLOR-DE-LIS

Um dia ontem

um dia antes

ontem passou

antes... antes não veio

e o hoje é inquestionavelmente vivido....

Dizer em palavras

o que não é expressável num olhar

e num poema produzir a melodia nunca antes recitada

fazer de um simples gesto trocado o sussurro jamais emitido.

Pois a mão que acaricia o rosto suave de feições meigas

será a mesma que esculpirá o poema esmerilado

e acariciara o corpo desnudo.

Transcender no anseio jamais atingido

velejar alem a capacidade do provável

estar por entre o que em nenhum momento esteve

sentir outra vez o abraço que um dia experimentou.

A palavra poética

o verso amigo

a experiência nunca concretizada

ainda que exegivel.

Ouvir a voz emudecida

de um olhar completamente imperfeito

proponente e transgressor

contrastando com a beleza esplendida de uma vigorosa flor

a flor-de-lis.

Olhar impenetrável, radiante, sempre energético

que reflete um céu estrelado

fazendo foco em uma só e outrora solitária estrela vigilante.

A condição inaceitável

contudo, todavia excitante

de uma circunstancia inexistente

mesmo assim admirável, flutuante, proponivel.

És a flor

a flor instigante

que nesta data ergo à ti

para felicitá-la e brindar a vida.

N Moura
Enviado por N Moura em 10/02/2009
Reeditado em 07/03/2009
Código do texto: T1431933
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