Roxo
O hematoma que tenho no peito
Manchou eternamente minha mente
Mente a vontade minha ao leito
Quente como sonho igualmente.
Bate fraco e fosco indolente.
Falo só do que não posso ver
Vejo só o que não posso dizer
Digo o que poucos ouvem
Ouço o que poucos dizem
Faço o que muitos querem
E vivo como vertigem.
Sangue negro e perturbado
Dói a alma íntegra e conformada
Mas o que dói é alma minha?
Ou alma flor?
Roxa flor que nasce da ferida
E bela ilumina a minha vida.
Que dói que dói
Mas é assim.
Sento consumindo meu café.
E vivo perseguindo minha ida.
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