Primata

É o que se parte.

O que se fere, o que disfere.

É harmonia de sã loucura

É a carne

É a verve. É a verve

É o desfecho do que derrota

É o vazio da flor que brota

É o cerne, é o cerne

É o pueril da infância

É a ânsia, ressonância

É o que fere. É o que fere

É gracejado primor do vício

É o malefício

É o contato

É a pequenez do que preferes

É a verme

É o que desnuda o teu espelho

Na rudeza do que refletes

O que te assombra

É o que expeles

É o que te honra

No desprestígio reles

É o que repeles

É o que te foge

Da natureza

É o que comove

Tua destreza

É o que te rói, te consome

É natureza

É o que não cessa

Não seca, não larga

É o que não versa

Nem rima nem rumo

É o que te gera

É o teu acúmulo

Tirano, tirano

É o que te brilha, que tu veneras

É o apreço, é o avesso

É inversa

É resistência submersa

É o que te mata tão lentamente

È teu pudor, já latente

É o contrário

O que desmente

É o que não quis

É o movimento

Desenfreado

Brutal, banal

É o que não quis

É o indesejado, é o erro

O equivocado

É o distorcer do que sente

É o descansar

Da carne quente

Outra semente

É o descansar