Ser Tua Companheira
Ao aconchegar-me a ti
Desejo alojar-me,
num cantinho do teu coração,
Fazer-te, sempre, companhia,
Preencher-te os dias
E embalar-te com doces canções.
Levar-te-ei, docemente, a lembranças antigas,
Retrornar-te-ei a presenças perdidas
E mergulhar-te-ei em presenças presentes.
Oportunizar-te-ei profundas reflexões,
Recordar-te-ei emoções,
Revivar-te-ei o coração,
Indicar-te-ei novas trilhas
Lembrar-te-ei de novos tons.
O silêncio falará por mim,
Conduzindo-te pelo caminho,
Levando-te pelas mãos.
Mostrar-te-ei todod os problemas,
Mas também a solução.
Serei para ti como estrelas,
brilhando, na escuridão.
Oferecer-te-ei
Sorrisos e lágrimas
Para que vejas e saibas
O que vale a pena seguir.
Mas, se me souberes entender,
Podes ficar comigo sem sofrer,
Fazendo-me tua companhia,
Adquirindo Sabedoria.
Serei tempo do pensamento.
E não hei de impedir-te
de pensar.
Ajudar-te-ei a arrumar a casa,
Colocar as coisas no lugar,
Limpar os cômodos,
guardar o vale a pena
Ejogar fora o não preciso mais
Saber escolher uma forma
de viver - sem sofrer
É o que preciso te ensinar.
Escorrer por entre os precipícios
e deles saber se libertar.
No silêncio constante que te ofereço,
Poderás pensar, entender e escolher,
Isolando erros, buscando acertos,
Tu verás
eu hei de dar-te tempo para entender.
Que é no silêncio que se aprende
Que só no silêncio pode-se
o coração escutar.
Que o silêncio nos aproxima
do bem, do perdão e da paz.
Que ao sair do túnel silencioso
a te circundar,
Verás marcadas as estrelas,
nas tuas mãos.
Que, enquanto estiveres comigo,
Jamais te afastarás do mistério do amor.
Antes, mergulhaste nele
como em oração,
Tiveste tempo para isso.
Como não?
Preparar-te-ei uma nova dança
E bailarás ao som de uma
nova canção.
Queres saber o meu nome?
Eu me chamo
Solidão.