Dos escombros de mim

Mas, do que será minha sorte?

De frases costuradas a antigas rimas vazias

na roda onde o poeta é o senhor da morte.

Sonhei o amor e assim renasci,

sem ver por onde, simplesmente caminhei,

escolhendo a vida, segui...

Dos milhares de sonhos que sonhei,

muito dos escombros de mim reconstruí,

partituras mal traçadas, restaurei...

As velhas muralhas em adeus

desnudam a paisagem que por tanto mutilei

ao negar-lhe os desejos meus...

Entre ecos o livre canto anuncia

o desencanto que sem encanto testemunhei,

fim da paz e luto em toda poesia...

Oásis da paz onde a sombra dorme estendida,

lembranças de um corpo que somava amor

e que hoje espera o raiar de mais um dia...

No olhar que me faz descrente cega a sorte

e nas horas sombrias a criança em mim silencia,

o vermelho da vida é também a cor da morte...

Aisha
Enviado por Aisha em 09/02/2009
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