Qualquer querer de mim

Queria um sonho ou um hoje qualquer,

nem luas, nem estrelas, tampouco sol,

queria poder pisar a terra que me fez,

olhar minha matriz uma única vez,

calar a pergunta, sentenciada

a não ser mais o que sou.

Queria embriagar-me da verdade que restou,

quem sabe hoje dançar com a morte,

fazer do dia a noite que por tanto afugentou

e brindar com sangue minha sorte...

Ah! Que gritem os homens de pouca vontade,

ou que cale o altar o santo que há tanto rezou,

faça-se ao menos por hoje essa tão minha verdade

nesse mundo onde o homem a hipocrisia cultivou.

Queria, ah, como queria!...

Apenas por hoje um sonho qualquer,

sem luas ou estrelas ou sol,

sem vida ou morte,

sem pergunta,

sem busca,

sem sorte.

Aisha
Enviado por Aisha em 09/02/2009
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