A LÚGUBRE AMEIXEIRA DOS ALVES

Um caminho soturno –

antes da ladeira do igarapé raso

uma frondosa ameixeira

onde há três décadas

se avistava um paupérrimo

povoado de três casas.

Embaixo da ameixeira,

mesmo em noites de lua cheia,

fazia um escuro assustador

e o caminho, tortuoso e sombrio,

passava meramente a dois

metros do tronco da árvore.

Certa vez, quando o povoado

não mais existia, passei lá

meia-noite em ponto;

apenas um calango assustado

correu da beira do caminho

por sobre as folhas secas.

Se aparecia visagem,

como muitos afirmavam,

naquela noite não pude constatar;

somente um vento frio envolvia a noite.

Hoje nada disso mais existe;

o desmatamento, se apossou de tudo.

***

www.jiraudiverso.blogspot.com

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 09/02/2009
Reeditado em 30/07/2009
Código do texto: T1429946
Classificação de conteúdo: seguro