LÍRICAS DE RAZÃO
As vírgulas indecisas invalidam as pautas,
nas rondas incabíveis pela rua injusta.
Não leu, não quis, não creu
nas vias da harmonia do plebeu.
A fortuna atroz de ironia incauta...
As raízes frágeis que a incerteza custa...
Há linhas riscadas no breu
e em néctar que o ébrio sorveu.
A seiva ofídica de letal conduta
transita em veias de inssossa puta,
cuja guia desusada amoleceu,
como aceita e acomoda o hebreu.
Que coragem estranha valida a luta
e arvora o peito da gente astuta
completa o riso forçado do filho seu
nas juras da fé que escolheu...
E o corpo adentra em fria gruta
do luto expresso na frase culta.
O peito de pedra não sucedeu
o desejo inflexível do eu.
Entre densas melodias que acompanham a flauta,
bebem as doses de libido que a beleza frustra.
E, já que o brilho no corpo adormeceu,
vale as vezes do sentir que envileceu.