ACENDE UM LAMPIÃO NO FIM DA TARDE
É fim de tarde, acende-se o lampião
Não tarda a escuridão dar o ar da graça
Meu coração sangra em descompasso
Solidário ao sol que na tarde morre.
Mas com o sol não jaz a esperança
Pois que caminho em sombrias veredas
E pelas ruas, meus passos iluminando,
O lampião me guia, velando meus segredos.
É madrugada e o sol já se anuncia
Clareando a terra com áureos raios
Apaga-se o lampião, pois é hora
Do astro rei brilhar em toda sua glória.
Sem despedida, aguarda o lampião
Logo mais será hora da ave-maria
Um poeta lentamente conta estrelas
Com uma tímida luz sendo seu guia.