a minha alma era um lençol
bonito, de  cetim e bordado com margaridas
com linha de seda brilhante
era da cor do sol
quando nasce na fazenda,
abraçando o verde da plantação 
 
nunca foi pontilhado
para rasgar quando se quisesse
mas foi-se rasgando
assim, como se rasga papel de seda
como se desfazendo-se estivesse
um hoje, outro dia mais um
pedaços tantos e tamanhos...
 
meu lençol, minha alma
pedaços de mim que se foram
deixando nada mais que fiapos
tantos, de diferentes tamanhos
desfazendo diferentes laços
que a vida atou e desatou
 
e nem sei onde estão
esses pedaços...


 
(Retalhos d´alma - por Yara Cilyn L. Oliveira)