Trazes em ti

Trazes em ti as transas nuas das ruas

e os berços chorados do teu quarto,

quando acesa, a morte rouba tua solidão

e estendes as mãos

aos súbitos de tua face

que geme,

que arde,

que chora.

Trazes contigo a lânguida procura

e com algum cinzel acaricio as tuas angústias

e não sonhas

e não vives

e não dormes.

És o olhar rijo de ti e que a ti olha

e sem saber de nós vai embora

confundir-se com a nossa própria saudade.