ENCURRALADA
Faça-se o silêncio na rua!
No mundo!
Na minha mente!
Lateja meu cérebro!
Estremece meu coração!
Desfalece minha alma
querendo fugir ao seu destino,
sem poder ir aonde deseja,
sem poder ser o que almeja...
Quisera eu poder, ao menos,
chorar mil noites
até esgotar meu pranto,
até secar a dor que
me intumesce o peito
por dias e noites, anos,
eras sem fim!
Não sei em que tempos idos,
em qual noite de bruma,
se embrenhou em mim este mal
que me faz sofrer calada.
É uma dor constante
por ter corpo e mente,
por não poder fugir e ter
que seguir em frente,
por não ter volta,
por não ter saída,
por não ter guarida
no entendimento de ninguém.
Em 11/03/99