OH - MAR!
Como podes ondear sereno
Aos acenos das partidas
Que diante de ti, pequenos
Choram parte de suas vidas?
Se do cais avistas bem
Lenços brancos abanando
Se do barco, navegando
As lágrimas já não vem?
Qual prazer sentes na dor
De quem fica a esperar
Se quem vai a navegar
Vê partido o seu amor?
É de pedras o teu leito
De frieza, os sentimentos
Nada entendes de lamentos
Sequer deles tens respeito!
Até o azul que falseias
Roubas das tintas do céu
E a bruma bordada em véu
É de lágrima que ondeia.
Queres mar que eu acredite
E ao teu palpite me entregue
Que tua água me carregue...?
Não aceito o teu convite!
Ou que o meu amor se encante
Aos chuás que entoas bem
E se leve para alguém
Que reside tão distante?
Pois ficas com as sereias!
Baleias e fantasias...
Que eu só quero as calmarias
Nas noites, cá da areia.