OH - MAR!

Como podes ondear sereno

Aos acenos das partidas

Que diante de ti, pequenos

Choram parte de suas vidas?

Se do cais avistas bem

Lenços brancos abanando

Se do barco, navegando

As lágrimas já não vem?

Qual prazer sentes na dor

De quem fica a esperar

Se quem vai a navegar

Vê partido o seu amor?

É de pedras o teu leito

De frieza, os sentimentos

Nada entendes de lamentos

Sequer deles tens respeito!

Até o azul que falseias

Roubas das tintas do céu

E a bruma bordada em véu

É de lágrima que ondeia.

Queres mar que eu acredite

E ao teu palpite me entregue

Que tua água me carregue...?

Não aceito o teu convite!

Ou que o meu amor se encante

Aos chuás que entoas bem

E se leve para alguém

Que reside tão distante?

Pois ficas com as sereias!

Baleias e fantasias...

Que eu só quero as calmarias

Nas noites, cá da areia.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 06/02/2009
Código do texto: T1425354