Encontro (em um, no outro)
Reafirma a beleza que tinha esquecido
Como se voltasse tudo para o começo
Todo o bom do início
Todo endireitar após o tropeço
É como descobrir
Por si só
A utilidade que tem
Uma palavra em desuso
Não sai da cabeça, nem da boca,
Da mão, e menos ainda do coração
Não destingue tempo, espaço e nem ocasião
É sempre o mesmo!
É transformado
Do clamor de um anjo
É uma repetição
Que nunca perde o encanto
É o brilho que do Sol a Lua furta
Usado, abusado, encantado e completado pela face tua!
É a presença encontrada na ausência
É a loucura que vem das reticências
Das almas inquietas de dois poetas
É um verbo conjugado certo
No tempo correto,
Com concordância perfeita,
É um hiato de vogais inteiras
É o complemento que falta a um eclipse
É um termo aparente
Que não se submete a uma elipse
Nasceu suspirado
Aconteceu e não foi por acaso
Foi criado... Divinamente
Como a natureza...
Como um sorriso
Como um movimento
Como o paraíso...
Um século inteiro,
Uma glória sincera,
Uma oração etéria,
Um encontro perfeito...
Arthur Dantas 22/01/2009