UM VULTO LÁ AO LONGE

Lá, ao longe, onde a vista mal alcança,
Percebo o vulto de quem tenta se aproximar,
O caminho, no entanto, é árduo, cheio de obstáculos,
Difícil de transpor - melhor será não arriscar.

Caminhos a percorrer nem sempre são seguros,
Suas trilhas estão cheias de ciladas, prenúncios,
Que o tempo moldou, em base de aço, a insensibilidade,
E quem está a olhar, não quer ver essa aproximação.

Fique, pois, vulto que mal enxergo, longe de minha estrada,
Continue a andar para mais longe, se possível, mais veloz,
Não olhe para trás, não reclame o passado, não queira perdão,
Tua presença - mais de perto, nítida - não é bem vinda,
Traz apenas más lembranças, de perfídias por ti praticadas.

A estrada por onde tu caminhas, por mim jamais será percorrida,
Diferentemente da tua, a minha estrada não é tão perigosa
Nela não é servida - para matar a sede - cálices de cicuta,
Nem se oferece - como presente - a traição de um pacto,
Nem tampouco a espada sem bainha da sua pusilanimidade.

Hoje - mesmo não querendo - ainda te discirno
Não muito, mas, mesmo a contragosto, avisto tua silhueta.
Também não é fácil deixar de vê-la no fim da estrada,
Inclusive, por tudo que se passou – isso não posso negar,
No entanto, esta estrada que tu percorres, te levará ao abismo,
E te fará mostrar a verdadeira face - hoje encoberta - de terror.





Obs. Imagem da internet




















Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 05/02/2009
Reeditado em 12/04/2011
Código do texto: T1423876
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.