PROCELA
Entre os véus do existir,
Encontro-me inteira.
Náufraga sou
De sonhos tantos.
Numa retrospectiva,
Volto ao que fui e
Revejo o que sou.
Tudo tão efêmero!
Desistir já não posso.
Sigo em frente
No frio cortante
Que me congela os ossos.
Sinto-me tão cansada,
Neste mar bravio,
Onde a procela
Espreita-me de tocaia.