CÁRCERES

lisieux

Quando os cárceres da memória

são visitados pela saudade,

no silêncio da noite

tudo se faz poesia.

Cada canto vazio

se enche de lembranças

e por mais que eu tente

varrer pra baixo do tapete

a luz do teu olhar,

ela volta a iluminar a escuridão

através de um vagalume

e dança ao sabor da aragem,

nas asas da mariposa

atraída pela lâmpada...

Se tento sufocar sob os lençóis

o som da tua voz, tua risada,

ela explode no pio da coruja,

no bater de asas de algum pássaro,

no som do vento ciciando

entre as folhagens,

no marulho da água do riacho

sobre as pedras.

A madrugada toda

se faz luz

e sons...

Quando os cárceres da memória

são visitados pela saudade...

BH - 31.01.09

lisieux
Enviado por lisieux em 04/02/2009
Reeditado em 04/02/2009
Código do texto: T1422075