O QUE TRAGO NA ALMA

De Regilene Rodrigues Neves

Aqui estou só

Neste cético pensamento

Não tenho nenhuma aparência

Perco-me entre o feio e o bonito

Sobrando apenas alma...

Dentro do meu grito

Solitário sobre o papel

As palavras conversam comigo

Estrofes de mim vão saindo

Entre alguns versos

Exponho-me numa folha

Caindo do outono

Mostrando somente a nudez de uma poesia

Que transparente se mostra cheia de liberdade...

A roupa íntima

Além de um corpo seminu

Provoca fantasias

Fazendo viagens dilaceradas de prazer...

Assim provoco meu eu

Tentando fazer aflorar minha sensualidade

Que por vezes escorre solitária no papel

Os versos sentem o desejo

Dedilhando as entrelinhas

Provocando vontades reprimidas...

Desfaço-me de alguns pertences

Jogo meus pudores e preconceitos para fora

Apego-me intimamente as letras

Desenhando seus contornos

Enxergo a silhueta de uma mulher em sua quimera...

Sua ode nua

Numa fotografia seminua

Derrama seu líquido viscoso

De amor da alma semi-oculta no papel

O plano de fundo negro

Destaca a utopia que em letras brancas

Mostra a alma em paz!

O vermelho sangra

Toda paixão envolta

Em seus mistérios

Escorrendo segredos das sombras...

A poesia veste de arte a fotografia

Para que não seja visto

Somente um retrato seminu

Que se perdera entre o feio e o bonito

Sobrando uma alma dentro do corpo...

Uma rosa vermelha joga pétalas do coração

Para mostrar O QUE TRAGO NA ALMA!...

Em 04 de fevereiro de 2009

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