Um pouco do muito pouco

Nossas pontas nunca deram um nó.

Relação medida em gotas mornas

De água que não matou minha sede.

Queria ser queimada por dentro

Com água pegando fogo

E deixar que escapulisse pra fora

Para que se fizessem cicatrizes

E fossem linguagens sem palavras

Minhas chagas, marcas intransferíveis

Do amor avassalador que eu nunca tive.

Mas, gosto de você.

Como quem mente em segredo

Como quem não tem amanhã

Como quem guarda algo valioso

Como quem reage a um soco na cara.

Desejei ir ao extremo da felicidade e da dor

Essa desequilibrada que vos fala

Queria tão pouco. No entanto só levei topada.

Sinto-me como uma doença mal curada

E me pergunto se sou mesmo a culpada.

Talvez eu precise ser mudada.

Dica Borges
Enviado por Dica Borges em 04/02/2009
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