Um pouco do muito pouco
Nossas pontas nunca deram um nó.
Relação medida em gotas mornas
De água que não matou minha sede.
Queria ser queimada por dentro
Com água pegando fogo
E deixar que escapulisse pra fora
Para que se fizessem cicatrizes
E fossem linguagens sem palavras
Minhas chagas, marcas intransferíveis
Do amor avassalador que eu nunca tive.
Mas, gosto de você.
Como quem mente em segredo
Como quem não tem amanhã
Como quem guarda algo valioso
Como quem reage a um soco na cara.
Desejei ir ao extremo da felicidade e da dor
Essa desequilibrada que vos fala
Queria tão pouco. No entanto só levei topada.
Sinto-me como uma doença mal curada
E me pergunto se sou mesmo a culpada.
Talvez eu precise ser mudada.