A estrada e a ponte

“Na janela do meu quarto

corre água sem chover...”

Por que será?

Acordei de um sonho bonito

e você não estava aqui.

Talvez seja porque a estrada é infinita...

Corri por ela com os olhos,

onde é que acaba?

Nunca consegui responder.

E... meu amor, faltou você.

O coração não bateu,

um negro amor me envolveu.

A estrada fez seu destino,

a solidão assinou minha sorte...

isso pode ser mais que a morte, sabia?!

Será que alguma vez

alguém percebeu essa dor?

A corda foi o amor,

enforcada fui eu...

A estrada é extensa...

me deu sono pensar em você.

Meus olhos se fecharam tristes,

queriam chorar... não deixei.

Porque saudade é incerteza,

incerteza é fraqueza.

Se me amou, por que não voltou?

Não vou me lembrar do meu sonho,

se eu te desejar vou fingir que dormi.

A estrada continua correndo,

acho que você quer parar...

não pare, vá em frente.

Não olhe pra trás, não mesmo.

Quem vai não deve voltar,

quem volta pede perdão,

quem perdoa fere o próprio coração.

Te amo...

Me deixe sozinha,

não toque na ferida da minha alma.

Perdi a calma, perdi o jogo,

perdi você... Perdi.

Não sorri, não amei (pouco),

me machuquei.

E hoje tenho a estrada,

só ganhei essa ilusão.

Não volte,

não me chame,

me ame... mas não me conte.

Na estrada tem uma ponte,

duas, talvez...

Não passa rio, não passa frio,

passa a saudade e o vazio,

pega o atalho e vem me acordar.

Nem mesmo quando criança

eu soube o significado disto:

“Na janela do meu quarto

corre água sem chover”.

Hoje vejo que é suco de tomate...