Para Falar de Lágrimas

Não sei se são justas

As lágrimas que rolam

Não sei se representam

Os contornos que deixam

Nos fios tatuados no rosto

Não sei se levam em si

A dor que as constroem

Ou seriam alegrias?

Só sei que elas teimam

Teimam em se retorcer

E a escorrer sem rumo

Com transparência desnuda

Só sei que fazem levar mãos

Aos rostos que ferem

Mãos que se molham

De um doce salgado

E suam e tremem

Lágrimas por lágrimas

Atributo de quem ama

Fluido de quem sofre

Leveza de quem ri e chora

Até que os ventos as levem

Como vapor carregado

E a tristeza se esvai

A alegria permanece

Ou, o inverso desses versos.

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Renato Baptista
Enviado por Renato Baptista em 03/02/2009
Código do texto: T1419202
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