CHOVE

CHOVE

Chove...

Vejo-me perdida em silêncios internos

Que se chocam com o som da chuva que cai

Chove...

Pego-me sentida tendo a alma vazia

Despedindo-se da esperança que se esvai

Chove...

Uma chuva leve, intermitente

Destas que apenas incomodam a gente

Chove

Lá fora a água escorre a vontade

Enquanto meu pranto se condensa na ansiedade

Chove

Meus pensamentos se deixam encharcar

Na tentativa de expulsar toda a tristeza

Chove

Tudo em mim deseja se ocultar

Temendo encontrar outra surpresa

Chove

Um pranto que vem lá do céu

Espalhando lagrimas por todo a extensão da Terra

Chove

Meu coração vaga sem rumo, solto ao léu

Prisioneiro do espaço que o encerra...

Chove

Há um vulto que cerceia o pensamento

Que acena sutilmente com a mão

Chove

E a vida se reduz a um momento

Sacudindo toda minha extensão...

Chove

E quase desejo gritar

Dói-me a toada da água

Chove

Sinto a alma sangrar

Pingando mágoa por mágoa...

Chove

Soluço, silenciosa, minha solidão

Engolindo toda a desesperança

Chove

Tudo em mim é desilusão

Nada, ninguém me alcança

Chove

Desejo tanto um abraço

Que possa me amparar

Chove

Eu mesma me embaraço

Por não ter quem abraçar

Chove

Nada mais a não ser água correndo

Esvaziando cada nuvem carregada

Chove

Os sonhos todos morrendo

Na alma quase afogada...

Chove

Choro

A dor tem cor muito escura

Explode como trovão

Chove

Choro

Receio à cor da loucura

Que tinge meu coração.

Consultora de Desenvolvimento de Pessoas

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 01/05/2005
Código do texto: T14171