Alma Lavadeira

Lava-me, ó alma,

Alva, de tamanha palma

E de tão pouca ressalva.

Lava-me

Que embriagado seja

Doce veneno vil.

Arraigado, beija-me

Em posse e tenro desejo ardil.

Lava-me, alveja-me,

Purifica-me... Ó alma!

Lava-me, ó alma,

Dalva, estrela de tamanha calma;

Guia-me e nos salva!

Lava-me

Que embaçado veja

Como se fosse num momento hostil.

Saraivado, deixa-me

Em nobre e bento ensejo sutil.

Caça-me, almeja-me,

Bentifica-me... Ó alma!

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 01/02/2009
Código do texto: T1416675
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