Quando te ver de novo vou acordar
Abrir meus braços, te sufocar de abraços
Beijar tua boca, abocanhar teus lábios
Tocar no teu corpo as cordas do prazer
Vou cantar bonito como canta o cantador
Brilhar e reluzir competindo com o sol
Vou ser flor no desabrochar do dia
Cachoeira deslizando um véu de água clara
Quando te ver novamente vou ser alvorada
Vou ser concha, abrigo de pérola cobiçada
Mina de ouro explorada, antes escondida
Berrar para o mundo a sensação de renascer
E renascendo, vestir a fralda da alegria
Embalada no teu colo, sugando o teu alimento
Arrotando prazer, destronando a solidão
Enroscando-me no teu ninho,
Dependendo de ti.


(do livro Presente da Arara Azul)