PESADELO
Acordei, estava escuro. Tonta,
em transe, à cegas tateei...
Que estranho muro achei,
tão sólido e real entre as quimeras
da vida que ficou para trás,
dos dias que abandonei,
momentos que já não quis.
Luz! Luz! - Pedi a Deus
Salvai-me de mim,
dos pesadelos meus!
Pois não é quando durmo
que eles me assombram,
É quando acordo que eles começam
e tomam de mim o ar, o chão,
me fazem tremer
entre fantasmas e sombras,
andar à beira de precipícios,
na mais densa escuridão...
Levam de mim toda a esperança de salvação,
pois não há em mim a sabedoria
para transformar dor em perdão.
Então, enviada a mim
pela misericórdia divina,
uma luz em forma de anjo bom,
docemente, me toma pelas mãos e me diz:
“Então adormece e sonha que tudo o que desejas é real.
Às vezes, fingindo, a gente adoça a realidade”.