dos grãos de areia
aprendi o áspero e o suave
aprendi das folhas
o bailado terno do cair
e dos galhos dos arbustos
o erguer-se em direção ao não sei
da casa de taipa , o abrigo
que a zanga da chuva destrói
aprendi o cheiro da cidreira,
alecrim, capim santo
no quarto do mato, longe do rei
das palhas de sapé, a textura
dos chapéus sem grife, a proteção
um céu vestido de organdi prateado
me ensinou o brilho sem vaidade
de um vestido azul que amei
surpreendi-me e,
enternecida e pequena,
meus “saberes” gastei
janeiro. 2009
Yara (Cilyn) Lima Oliveira