ELEGIA MILENAR
ELEGIA MILENAR
Por que querer o mundo
o mundo feio e nojento
as vilas e as calçadas
eu... num uivo único
amo o ódio que me intriga
vivo sanguinário
cantando o suplício
eu enquanto ser
enquanto vil e ardiloso
esperançoso no acaso.
Jogo os dados
na espera enfadonha
o medo cintilado
o cálcio e ódio
a luta fria e medrosa
os algoritmos
os algarismos
os logaritmos
os meus estudos
a fragilidade do mundo.
A estratosfera me ama
o rubor lento
o sangue do homicida
o pedido de adeus arrependido
o cuspe no rosto alheio
o nojo fedorento
viva ao século XXII.
(02/07/04)