A VIAGEM EFÊMERA DA VIDA

No calçadão densamente povoado

as pessoas correm pressurosas,

como se o intumescido formigueiro humano

fosse pisoteado

num impactante contraste

a bolinha de sabão,

feito jóia irisada, centelha de colibri

faz seu pequeno périplo ascendente, suave

sublevando como que sob o som,

de violinos enternecidos

lá embaixo, o olhar adocicado da garotinha

com o dedinho de nacar apontado

obstinada, é puxada com força pela mãe

para o sumidouro arfante das gentes

de súbito, o término da sua viagem encantadora

pluft ploc!

Pensei em como a vida é efêmera

quanta fragilidade, fugacidade

e aquela tenacidade das coisas,

se dissolve, orgulho e prepotência

tudo tão evanescente,

quanto uma bolinha de sabão

dulcificado, lembrei do meu amor

ela é um anjo, é uma mulher?

Não, é um abraço afetuoso,

e perene

o palpitar de minha vida

tão deseperadamente desejada

neste momento do dia...

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Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 28/01/2009
Reeditado em 19/04/2009
Código do texto: T1408966
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