BORBOLETA

A tarde se extinguia,

Quando sobre a janela pousou.

Era linda.

E com ela, deu-me vontade de voar.

Agitou as suas asas,

Como que tirando o pó do mundo,

A reconquistar a aparência real.

Frágil.

Inocente

Borboleta multicor.

Sua imagem

A convidar-me à contemplação,

A criar novas imagens, novos sonhos

Ante a sua beleza

Tão singela e pequenina.

A que posso eu compará-la?

Como representá-la?

Assim, interferindo na minha realidade?

Convida-me a voar?

Então, vá, borboleta!

E diga ao teu Criador,

O Arquiteto do mundo,

Que entendi.

Que estou pronta.

Esquecerei os riscos,

A minha fragilidade humana

E cumprirei o meu destino.

Estou pronta,

Para contigo voar.

Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 26/01/2009
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