BORBOLETA
A tarde se extinguia,
Quando sobre a janela pousou.
Era linda.
E com ela, deu-me vontade de voar.
Agitou as suas asas,
Como que tirando o pó do mundo,
A reconquistar a aparência real.
Frágil.
Inocente
Borboleta multicor.
Sua imagem
A convidar-me à contemplação,
A criar novas imagens, novos sonhos
Ante a sua beleza
Tão singela e pequenina.
A que posso eu compará-la?
Como representá-la?
Assim, interferindo na minha realidade?
Convida-me a voar?
Então, vá, borboleta!
E diga ao teu Criador,
O Arquiteto do mundo,
Que entendi.
Que estou pronta.
Esquecerei os riscos,
A minha fragilidade humana
E cumprirei o meu destino.
Estou pronta,
Para contigo voar.