Acangatu

Sou apenas um poeta,

ajunto as penas,

que caem ao chão.

e são da grande ave,

que abre suas asas,

em qualquer direção.

Voa com o vento,

carregando consigo,

a história dos tempos,

que remotos estão.

O galardão é sereno,

Mas ainda lembro,

Quando o mundo era pequeno,

Foi o longo aprendizado.

Já fui timorato,

hoje não mais,

caminho assustado.

Sou apenas um índio,

carrego comigo cores vivas,

antigas, de outras vidas.

Acangatu é o guerreiro,

que se protege, por vezes,

no denso nevoeiro,

que perfaz o rio e o oceano,

em seu incansável remanso,

vai e vem das ondas.

(*) Publicada em O Menino e as estrelas, 2003

William Wollinger Brenuvida
Enviado por William Wollinger Brenuvida em 26/01/2009
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