Em ondas azuis

No balanço das ondas, navega minh ´alma serena, atravesso a ponte, seguro firme nas correntes que me cercam.

Sou capaz de transportar-me entre os grãos de areia, que escorrem dos dedos, mergulhados nos desejos do olhar, perfume de jasmim exalam no ar.

Lanço-me entre a realidade e a imaginação, nas veredas do silêncio, na quietude da alma, uma miragem pelas sombras de teus passos.

Toque delicado em cada verso, no horizonte mais iluminado, folhas soltas de calendários, sem hora marcada para retornar, porto de navios grandes, ansiosos para ancorar.

Na palavra, no gesto, ao redor de corpos, presença marcante, despidas de vozes, deixando os corações falarem, onde as manhãs despertam no sorriso estampado na face.

Arrisco palavras soltas, no balanço das ondas, onde me deito e deleito poema sem rima, desatino do acaso.

Busco no remanso de águas claras, um porto para ancorar minhas carícias, vestindo um pedaço do céu no olhar...

Em ondas azuis vagando, ao encontro do amor verdadeiro, uma réstia de saudade no reflexo das águas, ilude-me em caminhos amenos, flores coloridas desabrochando sem medo, sob o sereno da noite escura, atalho secreto do coração.

Escrito

17.04.2006

Por Águida Hettwer