Dia de Inspiração
Sentar e escrever
uma bela poesia de amor
é um serviço impossível
nas tardes desta cidade.
Sento...
Caneta para simplificar
minha inevitabilidade..
- que baboseira -
Caneta é um punhal
que enfinco em meu peito!
- não -
Resolver problemas,
ir ao shopping
são para os saudáveis.
- não sei -
Estou perdido...
entre caneta e papel.
Para todo lado que olho
vejo paredes...
Vivo em um labirinto mofado,
sozinho e sem platéia.
- sim, sim, ótimo -
Reviro o cesto de lixo..
sonho encontrar um grande amor.
Acho alguns versos sem rumo:
Não saber dormir
é um charme que cultivo.
Não saber andar
é o meu último protesto.
Não saber amar é
minha saudade sem fim.