Aviso
Julgar as minhas travestidas promessas
Traz a ti, pássaro do infortúnio,
Muitas, longas e delirantes, preces
Que te transformarão em pássaro soturno.
Asas falsas que, eu querendo, arrebato
Não te permitindo voos sublimados
Entregando-te às tristes recordações de fatos
Permitindo-te, apenas, voos noturnos.
Não venhas pedir que eu te fale
Dos segredos que vieram pelo vento
São mentiras que choram por verdades
Verdades afogadas em silêncio.
Quando esta fantasia já não te cobrir
Tua imagem, por fim, estará deformada
Minhas travestidas promessas cessarão,
Mas, de enganos, tuas asas ficarão encharcadas.