Poderia

E tudo se poderia . . .

Um amor aquecido,

todo medo esquecido

e o gosto de ser querido.

Tudo poderia.

Agora, não mais.

O tempo é indevido.

Coisa de doido varrido.

Quais caminhos foram errados?

Quantos foram os pecados?

Por que tantos enganos?

Por que tantos danos?

Comprimiram-me a fantasia

e contiveram-me os desejos.

Chamaram-os sujos,

plenos de pejos.

Nem tudo se poderia . . .