Falsa Promessa
Desci com medo, e apenas o silêncio
Foi receber meu coração cansado.
Lá me empurrara essa existência ingrata,
Com mil promessas de felicidade.
E despertei com sombras tão estranhas
Que penetravam fundo nos meus olhos!
Tentei gritar, o medo sufocava
E a minha voz se perdeu num gemido.
Olhei o céu, o céu que tanto amei,
E aquele azul se fora no infinito.
Senti que assim só restava a saudade
De algum prazer quena infância tivera.
E compreendi que o sonho se acabava
E que a maldita parca me buscava
Com a volúpia de uma meretriz
Mas lá do alto, a megera possessa,
Ainda me acena essa falsa promessa
De que voltando eu seria feliz.
João Bosco Costa Marques.