Alguns poemínimos do livro "LETRAMORFOSE" - Tchello d'Barros

"LETRAMORFOSE" | Poemas | ®

Tchello d'Barros

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Cap. I

TERRA

“É tão fácil ser poeta,

e tão difícil ser um homem”

Charles Bukowski

vênus

nos

vê nus

nós

nus

:

um

+

um

=

hum!

monumento

teu

nu

num

momento

sem

nem

um

movimento

nua vens

eu nas

nuvens

10

tua

nudez

sumi

semi

nu

numa

duna

duma

dona

que seja

o que se

deseja

:

mal

me

quer

ou

bem

me

tem

ciosa e ansiosa

:

seu cio cicia-me

não cabe em si

seu ciúme

silencio

ao te ver

se lê cio

:

lá se via

sua tez em

lascívia

amemos

a menos

que o amor

de vênus

seja menos

com

camisa-de-vênus

inocente

indecente

incandescente

:

essa ninfa

essa peca

essa fada

mea-culpa

entre duas

metades

:

à meia-noite

amei-a

à meia-luz

uma dama

em chama

me chama

pra cama

há fogo

em teu

afago

fogoso

ateou-se

meu fôlego

em teu fogo

em teu gozo

posso ir

te

possuir

?

teu corpo

não se

comporta

mas me

comporta

seios

sei as

suas

duas

luas

nuas

eu vilão

ela violão

:

cello

viola

violão

Cap. II

ÁGUA

“Todo homem é poeta

quando está apaixonado”

Platão

quando

meu olho

te vê

:

é + show

que

ver TV

quarto crescente

luar de absinto

parece que sente

carece o que sinto

band-aid

em coração

bandido

:

um dano

de nada

no dono

do danado

coração

ocupado

o cupido

o culpado

culpa do

cupido

:

bem feito!

é certo

que a seta

acerta

o centro

do peito

nem

sempre

as

coisas

são

comoção

amor

não

se

computa

objeto

mulher

objeto

fiu!

fiu!

:

fui

feliz

pois

bem

te

vi

castigo

apenas

sonhar

contigo

senti

vazio

sem ti

uma dona

madura

me nina

love

vê-lo

em sonho

em sanha

em relevo

enlevo

basta

ver-te

!!!

neste

susto

vertem

luzes

de seu

rosto

é

tu

ou

nada

o

cio

é

o

limite

você

+

eu

=

vocêu

tinha uma

prenda

no meio

do caminho

vir tu ali dá de

10

na

virtualidade

com essa musa

seu sumo em si

amacia meu siso

com essa moça

seu cio e seu sim

um cisma a esmo

com essa miss

sou eu mesmo

sou seu mesmo

é

ela

meu elo

meu élan

há nela

meu anelo

partes de mim

se partem se

partes de mim

a danada

da amada

uma dona

que me dana

uma dama

que me doma

nada muda

essa madame

me dá medo

se me ama

era

hora

do

amor

ora

era

eros

ora

era

hera

sou

anticonstitucionalissimamente

Cap.III

AR

“O poema não é feito dessas letras que eu espeto como pregos,

mas do branco que fica no papel”

Paul Claudel

palpita

um palpite

é muito mito

Ir num minuto

ao limite

do infinito

aflito

fito

em mim

um

ser tão

finito

milagre

mas

de

lágrimas

rio

meu cérebro

são dois

e mistérios

:

um ébrio

um sério

esta

fronte

de mente

ou tô no

outono

ou tô não

não me empate

mesmo que chique

foi um choque

teu xeque-mate

ter

ou

não

ter

eis

ambição

ontem

poemas

nas cenas

em atenas

hoje

nas telas

até nas

antenas

curto

poema

curto

só sinto

ser tão

sucinto

o poeta

tinha o poema

na ponta da língua

:

na ponta da língua

tinha a musa

o poeta

na via da vida

ira na ida

ria na vinda

:

na ida à vinha

um vinho novinho

havia ainda

arde

uma temática

:

arte

é matemática

?

arte

?

deus

me

louvre

!

a

r

t

e

faturas - fraturas - farturas

\ | /

da forma

em tudo

que pinto

tanta tinta

que me

deixa

meio tonto

com tudo

que sinto

moda

me dá

medo

mede

o meu

modo

muda

o meu

mundo

porque tanta frescura?

na vida há caviar

mas também rapadura

deleto

o

que

não

me

é

dileto

eu tu

eu tuíto

tu tuítas

ele tuíta

nós tuitamos

vós tuitais

eles deletam

seu rosto

é um misto

de um

resto de siso

e o rasto

de um riso

bom à beça

se abrissem

as cabeças

e coubesse

que a cobiça

se acabasse

aos

sons

de um sino

soe na cidade

o sol de um não

e o céu de um sim

!

arara

:

a rara

deu um branco

mas tá tudo azul

:

pátria minha

feia e bela

ver de perto

e amar ela

o

tio

sam

nos

USA

???

poética

etílica

:

em

política

ética

é titica

quero

poder

depor

todo

poder

podre

a ñ +

poder

político

politicamente

mente

parlamentares

:

para lamentares

some

ou

some

esfinge

capital

:

me dê cifra

ou te

devoro

sou dado

à

paz

Cap. IV

FOGO

“Poesia é quando uma emoção encontra seu pensamento,

e o pensamento encontra palavras”

Robert Frost

tenso

medito e penso

sem senso

e

sem incenso

caminho

com

meus

pés

nos

pós

do

meu

caminho

lapido

me em

lápis

lapsos

colapsos

a lucidez

em si me

alucina

:

elucida-me

lá de cima

sina de luz

sossego

pois não sigo

desígnios

de egos nem

de signos

penso

logo

hesito

espelho

espelho

mau

:

és velho

ou sou eu

afinal

?

cego é quem

não se enxerga

:

olho por olho

lente por lente

:

ceguinhos

seguimos

de lemas

sigo

:

dilemas

vivo

num átimo

atino

meu

destino

:

desatino

todos

nós

somos

hum

us

dome

o

medo

do

demo

ufa!

a vida

às vezes

é uma

ópera bufa

sem temor

nem tremor

:

a morte

não é meta

nem mito

apenas

um mote

prece

não tem

preço

ora

peça

à

beça

se vivo

sentido

com tudo

contudo

sentindo

convivo

paraíso

:

para isso

vim ver

conviver

viver

!

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Tchello d Barros
Enviado por Tchello d Barros em 23/01/2009
Reeditado em 03/07/2024
Código do texto: T1400232
Classificação de conteúdo: seguro
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