SOL DA MEIA-NOITE LUA DO MEIO-DIA

Vagando nas trevas da luxúria

Me encanto com o cheiro da morbidez

Dos corpos que vivem na insensatez.

Meu veneno peçonhento é minha fúria

E o poder de humilhar é minha glória.

Meus passos estão lentos, presos aos grilhões

Que arrasto, e finjo que luto contra as paixões

Mas é delas que me alimento

É por elas também, que eu lamento

Quando meu coração sangrento

Não sente o amor

E desconhece o doce sabor.

E então, espalhando o terror

Com sina de transformador

Deixo nos corações o sufoco da dor.

Meu corpo se entrega a outros corpos.

Mas minha alma não, ela é apenas a ilusão.

Eu gozo na traição.

Em fim, sou um escorpião.

Vivo na noite escura

Desconheço toda a brandura

E fujo com bravura

Da alma alva e pura.

Sou o Sol da meia-noite.

Ela a Lua do meio-dia.

Que agonia...

Lulith
Enviado por Lulith em 22/01/2009
Código do texto: T1398983
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