Sensações
Senti um ar de inquietação muito forte,
um calor sério e mórbido
movido pelo vento seco e calmo.
Eu não era mais eu,
era apenas uma alma morta
a vagar por entre os vivos.
Senti um frio encorajador
me perseguir velozmente,
como o predador persegue a preza.
Meu espírito não era mais meu;
pertencia a quem chegasse primeiro.
Senti um desconforto débil,
acompanhado de uma insensatez febril,
perfurarem minha mente,
martelando sem piedade.
Ouvi um ruído surdo, inquieto;
querendo ser ouvido, agraciado, compreedido...
Não pude fazer nada.
Senti em fim, o calor de quem me chama
na calada da noite,
me convidando a viver;
um êxtase quase indolor e momentâneo.
compreendi finalmente o
verdadeiro sentido das coisas comuns.