AUTO-RETRATO

Este meu olhar
castanho-oliva-verdejante
não consegue transmitir,
senão, verdades esfuziantes.

Quando eu mentir,
ele poderá cegar
ou não prosseguir...

Não tenho o que temer,
não sou de enganar e nem de dar
satisfações da minha vida,
competências, sinceridades
ou fraquezas evasivas.

Quem me quiser acreditar
é na base do amor:
Dinheiro, eu não tenho,
mas conquisto o meu lenho
e a fogueira que todos querem
e que não raras vezes conferem:
Ser um evangelho de amor.

Ah! Bonito, dizem que eu sou,
talentos falam que eu tenho:
eu sou F! E ser F é soda! 
Ninguém me poda!

Sou também Fê de sofrer.
Fê, no sotaque nordestino,
assim assumo meu comando...
éfe de “fêmea” pra qualquer alma gêmea...
(o meu mundo gira em torno
do mais sensível, abrasivo
e alcalino ao mesmo tempo). 

Sou único e no meu exemplo, 
o meu próprio irmão gêmeo
e também sou meu próprio filho,
para seguir a trilha do meu trilho...

Enfim, sou Fernando, sou Antonio.
Fernando, aquele que fé tem... 
Antonio, mais gasto que ozônio
E isto me basta, ora bosta!
(Para não ser iconoclasta.)

A de alma, de amigo...
Fê de fornalha,
re-fazenda fazendo o Zen,
PH de Farmácia,
´karma' de armazém.

E quem não quiser
em mim acreditar
em assim sendo,
que se perca me perdendo!

Beijos e abraços,
ósculos & óculos
para acariciar
e enxergar o mundo,
e amplexos, e o reciclo do sexo...

Viver é Chapliniano,
absurdo, irreal,
vagabundo e insano.
Viver e vivenciar é legal!
Mas o meu ser é único
num sentimento profundo:
transcendental e mediúnico.

“Eu me amo-te-vos”,
caras & coragens!

Incensos ou plexo?...
O resto pode ser até simplório,
insano ou bunda,
mas, tem que ser e ter
lá no fundo da alma,
uma grandeza profunda!


Serrinha, 21/01/2009

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 22/01/2009
Reeditado em 21/07/2011
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