NO TEMPO DOS CARRIS
NO TEMPO DOS CARRIS
Longos traços paralelos de luz na noite chovida
alguém saltando do tempo de paradas proibidas...
O asfalto molhado esconde as vísceras exumadas
do penúltimo bonde no trajeto da última parada....
O boêmio cede o lugar à menina do Endofórmio,
alegria do lar que virou Moça do Leite de Rosas.
Uma virgem oculta o corpo numa aurora boreal...
Faço a barba diariamente com Gilette e Mitsuba
Flor de Cheiro no final...
Melhoral, Melhoral,
é melhor e não faz mal...
Era o nada um fim de curva rua turva e profunda
e um final de esperança na lembrança vagabunda...
A. Estebanez