NO TEMPO DOS CARRIS

NO TEMPO DOS CARRIS

Longos traços paralelos de luz na noite chovida

alguém saltando do tempo de paradas proibidas...

O asfalto molhado esconde as vísceras exumadas

do penúltimo bonde no trajeto da última parada....

O boêmio cede o lugar à menina do Endofórmio,

alegria do lar que virou Moça do Leite de Rosas.

Uma virgem oculta o corpo numa aurora boreal...

Faço a barba diariamente com Gilette e Mitsuba

Flor de Cheiro no final...

Melhoral, Melhoral,

é melhor e não faz mal...

Era o nada um fim de curva rua turva e profunda

e um final de esperança na lembrança vagabunda...

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 21/01/2009
Código do texto: T1396930
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