Meu amigo imaginário que nunca pode crescer
Caminhei no sentido do vento,
quase ouvindo um lamento
que não queria ouvir.
Conversei com um ser imaginário,
que um dia guardei no armário
das minhas recordações.
Aquele amigo criança
é hoje apenas lembrança
do que deixei de viver.
Tentando buscar uma história,
no fundo da minha memória
abri meu baú de brinquedos.
Senti na ponta dos dedos
as alegrias e todos os medos
do menino passado.
lembrei de todos segredos
que o menino tinha guardado.
Então deixei tudo fechado
naquele baú de brinquedo.
descobri que ainda era cedo
para ficar voltando ao passado.
E aquele amigo imaginário,
que nunca pode crescer,
mudou-se do meu armário,
até então solitário,
para outra amizade viver.