O outro céu
Se no céu há noite entre as estrelas,
em mim há versos dentro d’alma
e meu coração alegra-se quando falo
que meus versos viajam como cometas descansados.
Cruzo labirintos de inconfessáveis vias,
sou na arte de versar a ventania
e o mais nobre amor feito poesia,
o que diz de mim para mais de mim ainda:
sê teu álibi nos versos de tua alforria.
Fantasmeio a estrofe que demora
e sem sair há toda dentro de mim
zombando porque chorando só quer rir
e dizer-me ser maior que o próprio verso.
Se no céu há outros céus que não os vejo,
longe de mim sentir medo
ao ser beijado por algum segredo
que possa existir além de mim nesse céu crido.